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Maria Silva e sua amiga Graças Santos, moradoras de Ferraz de Vasconcelos, município de São Paulo, ficaram encantadas com o acervo do Museu da Língua Portuguesa. Elas não estiveram na sede da instituição nem passaram perto do local. Como elas conheceram o museu? A resposta está no Dengo: um museu para todos – uma ação que visa a ampliar o acesso ao acervo, superando barreiras físicas. A idéia é levar o museu para as pessoas que, por alguma razão, estão impedidas de visitá-lo.
Maria é paciente do Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, e por estar em tratamento oncológico vai duas vezes por semana ao hospital. Lá, ela conheceu o programa. “Nunca pensei em ir a um museu. Agora, quero ir a vários e conhecer mais de perto o que o Museu da Língua Portuguesa possui”, diz a garota de 18 anos. A amiga Graças também aprendeu a viajar pelo mundo do idioma. “Acompanho a Maria nas sessões de quimioterapia. Sou analfabeta mas mesmo assim estou aprendendo bastante”, diz curiosa ao olhar o notebook que está nas mãos de Maira Moraes Coelho, uma das educadoras do Museu.
“Trata-se, na realidade, de mais uma ação educativa, cultural e social da instituição que, desde sua inauguração, procura facilitar o acesso a seus ricos conteúdos a um número cada vez maior de cidadãos”, diz Marina Sartori de Toledo, coordenadora do Educativo do Museu da Língua Portuguesa.
O Museu da Língua Portuguesa, ligado à Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, sempre adotou uma política de ampliar o acesso da população às suas instalações e a seu acervo (horário expandido de visitação sempre na última terça-feira de cada mês,entrada gratuita aos sábados e para entidades culturais e assistenciais que trabalham com setores da população em situação de risco social). “Por isso, o Projeto Dengo é tão importante, pois “leva” o museu a um público que está impossibilitado temporária ou permanentemente de se locomover”, salienta Marina.
Uma ideia brilhante – Fernanda Santos e Jason Miranda Santana são educadores no Museu da Língua Portuguesa. Em uma conversa informal, eles começaram a pensar em levar o acervo do museu (um patrimônio imaterial) a pessoas que não podiam ir até a instituição: desde presídios a hospitais.
“Falamos com a Marina (coordenadora do Educativo) e com o Sartini (diretor do Museu da Língua Portuguesa). Eles adoraram a ideia e começamos a trabalhar com o pessoal do TI que desenvolveram uma plataforma adaptada ao computador com uma parte do acervo do museu”, explica Jason.
O Museu firmou parceria em setembro de 2010 com o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac). “É um primeiro passo que consubstancia a ideia de um museu itinerante, por permitir que crianças e adolescentes em tratamento de câncer interajam, experimentem e brinquem com o conteúdo do museu. Este projeto inovador, que propicia a visita de educadores do museu a distintas instituições, também pretende ampliar a discussão em torno da possibilidade de ação social dos museus,” diz Marina.
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